segunda-feira, 12 de março de 2012

Advogado de Bruno diz que defensor de Macarrão fez ‘juízo correto’ ao sair


Wasley de Vasconcelos informou que deixou o caso nesta segunda (12).
Decisão foi tomada após advogado do goleiro anunciar nova estratégia.

O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Rui Pimenta, acredita que foi correta a decisão de Wasley César de Vasconcelos ao deixar a defesa de Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão. “Entendo que, por se tratar de um advogado competente, o mesmo fez juízo correto diante das últimas noticias divulgadas”, comentou Pimenta. O pedido de renúncia foi encaminhado por fax nesta segunda-feira (12) à Justiça.


O defensor de Macarrão informou que deixou o caso pouco tempo após ter declarado ao G1 que renunciaria ao cargo se o cliente aceitasse participar de qualquer manobra para proteger o goleiro. Em entrevista ao G1, Rui Pimenta não confirmou nenhum tipo de ação que possa resguardar Bruno Fernandes da responsabilidade pela morte de Eliza Samudio. “Reconheço que a verdade custou, mas fluiu e, evidentemente, o Bruno não pode passar por esse constrangimento de se encontrar preso.”, disse.
 

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Wasley César de Vasconcelos não quis explicar o que teria motivado a renúncia, mas disse apenas que a decisão foi tomada "por questão de foro íntimo" e que não vai mais comentar sobre o caso. "A partir do momento que eu não defendo mais o caso, eu sou proibido de falar em nome do meu ex-cliente e tecer comentário prejudicial. Isso incorreria no crime de patrocínio infiel previsto no Código Penal", disse. Vasconcelos afirma que deixa a defesa de Macarrão após um ano e dez meses acreditando na inocência do ex-cliente.

Vasconcelos decidiu abandonar a defesa de Macarrão um dia após o advogado Rui Pimenta declarar que admitirá no julgamento a morte de Eliza. Segundo Pimenta, a tese é diferente da apresentada por outros defensores que já passaram pelo caso. Até então, a defesa do goleiro sustentava que a jovem estava viva, já que o corpo nunca foi encontrado. Pimenta contou ainda que vai afirmar no júri que Macarrão tomou a decisão de matar Eliza por ciúme de Bruno.

Para dar continuidade ao processo, o advogado Leonardo Diniz se apresentou como novo defensor de Macarrão. Segundo ele, nada vai ser antecipado. "Não vou dizer nada agora, o ambiente correto para isso é perante o juiz", disse ao G1. Diniz não revelou qual estratégia vai adotar na defesa e não quis comentar a declaração dada por Wasley sobre a possibilidade de renúncia. Em nota, o advogado informou que trabalha na defesa de Luiz Henrique Romão desde fevereiro e alegou que as declarações de Rui Pimenta são "infundadas e fantasiosas".

Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte , e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.
 





Postada:Gomes Silveira
Fonte:G1

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