domingo, 4 de março de 2012

Aliança e pragmatismo


Da coluna Concidadania, do O POVO, neste domingo (4), assinada pelo jornalista Valdemar Menezes:
A visita da presidente Dilma Rousseff a Fortaleza foi o grande fato político da semana que passou. Embora oficialmente o objetivo não fosse esse, na verdade, foi usada para diminuir mais as arestas entre integrantes da aliança local. Terá efeito duradouro? Veremos. Resta saber se o grupo “pragmático” do PT – que coloca o aspecto eleitoral acima de tudo – será vencedor na disputa interna do partido. O “pragmatismo”, como se sabe, é a praga que atingiu os partidos socialistas europeus (aparentados ideologicamente com o PT), levando-os a não mais se distinguirem dos partidos liberais, na prática.

Manter a aliança é importantíssimo. Mas, não, se o seu preço for a descaracterização do(s) partido(s) que tem (têm) compromisso com a defesa dos interesses populares – contrapõem os críticos. E argumentam: um partido com esse perfil ideológico tem de deixar claro para seus aliados que se houver um choque eventual entre os interesses da Cidade e os de algum grupo econômico circunstancial, a sua opção será ao lado do interesse público. O temor de alguns é que a corrente “pragmática” do PT sacrifique esse princípio em nome da “unidade” e, assim, o partido corra o risco de ser escorraçado, no futuro, como estão sendo seus congêneres europeus, se esquecer compromissos históricos. Uma das perguntas é como se posicionará cada lado da aliança diante de previsíveis confrontos com a especulação imobiliária.




Postada:Gomes Silveira
Fonte:Eliomar de Lima

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