segunda-feira, 12 de março de 2012

'O PMDB não aceita imposição', diz presidente da legenda no Ceará


"O PMDB não impõe nada a ninguém, mas não aceita imposição", afirmou o presidente estadual do partido, senador Eunício Oliveira, nesta sexta-feira (9), em relação a escolha do candidato à prefeitura de Fortaleza em uma aliança com PT, dirigido no Ceará pela prefeita Luizianne Lins (PT), com quem deve se reunir na próxima semana, em Brasília. Segundo ele, a lista de possíveis candidatos do PT não lhe foi apresentada. Perguntado sobre o nome do secretário de Educação de Fortaleza, Elmano de Freitas, apontado como um dos preferidos da prefeita, o senador disse: "Não conheço".
O senador ressaltou que a aliança entre PCdoB, PMDB, PSB e PT foi lançada em 2006 e, "no que depender dele", vai se estender até 2018. "Mas claro que nós vamos ter de encontrar um caminho para chegar ao candidato. Claro que nós vamos ter de encontrar um candidato que não seja do colete do Eunício, do colete do governador Cid ou do bolso da prefeita Luizianne".

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A despeito dessa aliança, Eunício demonstrou estar com o discurso afinado ao do governador Cid Gomes (PSB), com quem conversou na última quarta-feira (7). O governador já havia dito que não apoiaria qualquer candidato do PT, mas teria de ser um nome negociado com a aliança. "Se eu sentir que você não é capaz de fazer aquele projeto, não há possibilidade de eu levar o PMDB para apoiar. Não dá para o PMDB continuar sendo arroz", declarou.
Segundo ele, o PMDB não abre mão "em nenhuma hipótese" de estar na
mesa principal de negociações. Quer manter a aliança, mas quer participar da chapa majoritária.  "O desejo do PMDB é ter candidato. Só que nós estamos em uma aliança e só tem uma vaga. Ou a gente busca o entendimento ou vai cada um pro seu lado. E não é esse o meu desejo".
Quanto às definições, Eunício lembrou que nenhum partido foi lançado e que apenas no período de 10 a 30 de junho, período de convenções, é que as candidaturas são oficializadas. Ele questionou que o nome do candidato da aliança seja do PT, que definiu internamente que vai ter candidato próprio. "Por que o nome tem de ser do PSB, do PMDB, do PT? Eu não tenho nenhuma restrição ao Inácio (Arruda, PCdoB). Não tenho restrição a ninguém. Tenho resistência e restrição a projeto", afirmou ele, que considerou o nome do senador Inácio Arruda "um bom nome".
Sobre a conversa que deve ter com a prefeita, deu algumas pistas. "Foi a pedido dela. Eu não sei o teor da conversa, porque ela não me antecipou, mas lógico que ela falou que a conversa é para tratar do assunto aliança eleição de Fortaleza". O PT lançou uma lista de cinco nomes como possíveis candidatos, além do senador José Pimentel, deputado Artur Bruno, secretário de governo, Camilo Santana, vereadores Acrísio Sena e Guilherme Sampaio, além de Elmano de Freitas.
Quanto a um possível candidato a prefeito do PMDB, ele não quis citar nomes, assim como negou a ideia de que ele mesmo seria o candidato. "Agora, eu quero consolidar o meu mandato como senador", afirmou.
PSB e PMDB juntos
No encontro com o governador do Ceará no dia 7, ficou acertado, segundo Eunício, que PMDB e PSB vão sair juntos nas próximas eleições. "Tanto o governador não tomará nenhuma decisão sem o PMDB, quanto eu fiz um compromisso com ele de não tomar nenhuma decisão sem ouvir o PSB. Se o PMDB achar que deve fazer algum rompimento vai conversar com o PSB, que é presidido pelo governador Cid Gomes". Em caso de rompimento entre PT e PSB? Ele responde : "A relação de reciprocidade é nesse sentido. PMDB-PSB-PSB-PT".
Críticas
Enquanto afirma ter uma relação de "confiança mútua" com o governador Cid Gomes (PSB), Eunício fez sutis críticas à gestão de Fortaleza. "Que interesse eu tenho em Fortaleza a não ser melhorar a qualidade de vida da das pessoas, de melhorar a mobilidade urbana, que eu aprovei na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça no Senado), o trânsito, que é um caos", declarou.
Sem interferências
O senador do PMDB negou que a presidente Dilma Rousseff (PT) tenha citado diretamente que não vai se envolver nas questões locais. "Mas ela tem dito e repetido que não vai se envolver no processo eleitoral municipal", apostou. Em relação ao PMDB, Eunício alega que não haverá interferências e que a decisão é local. "Se por acaso nós não estivermos juntos (PT e PMDB), isso não quer dizer que eu vou deixar de apoiar a presidente Dilma. Isso é um projeto que defendi nas ruas", afirmou.
Eunício ressaltou ainda que não participou do movimento da bancada do PMDB, que se rebelou na semana passada contra a presidente, alegando que tudo que foi prometido "tem se realizado" no Ceará, como o anúncio de investimentos de R$ 3 bilhões para o Metrô de Fortaleza. "Eu me sinto contemplado no projeto que eu fui para as ruas defender e eu vejo sendo realizado", disse.
2014
O senador Eunício Oliveira demonstrou que tem interesse em disputar o governo do estado em 2014 e reconheceu que as conversas de agora vão refletir no futuro. "Amanhã se eu tiver feito um bom mandato de senador, se eu tiver condição da disputa do governo do estado, é claro que eu vou querer. Não tenha dúvida disso. Como dizia doutor Tancredo, 'quem entra na política e um dia não quer governar seu estado, ou está mentido para a população, ou não está merecendo ter entrado para a vida pública'".
Encontro
No último sábado (10), o PMDB reuniu suas bases no município de Pentecoste, a 86 km de Fortaleza. Na ocasião, Eunício Oliveira anunciou que o PMDB tem, até agora, 110 pré-candidatos a prefeito em 2012 no interior do Ceará. Segundo o partido, o encontro teve a participação de cerca de mil pessoas, entre representantes de 10 municípios da região do Vale do Curu.





Postada:Gomes Silveira
Fonte:G1

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