A presença dos servidores municipais em estado de greve ontem, na Câmara Municipal de Fortaleza, causou constrangimento. Isso porque alguns vereadores aliados da prefeita Luizianne Lins (PT) tentaram se posicionar a favor da manifestação, mas, mesmo assim, foram vaiados pela categoria. Tentando contornar a situação, o líder do governo, Ronivaldo Maia (PT), marcou uma reunião no Paço Municipal, para que os líderes dos partidos aliados busquem uma abertura de negociação com o Executivo.
O pivô da crítica foi à rejeição do recurso, na semana passada, confirmando a retirada da mensagem prefeitural que institui o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos agentes de saúde e endemias, além da demissão dos agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC).
Apesar das vaias, Leonelzinho Alencar (PTdoB) se colocou à disposição da categoria. Eliana Gomes (PCdoB), porém, ressaltou que não houve voto contrário à implantação do PCCS dos agentes de saúde, mas a confirmação da retirada da mensagem para aperfeiçoamento pelo Executivo, que, de acordo com ela, não beneficia toda a categoria.
Eron Moreira (PV) atribuiu à oposição, principalmente ao vereador João Alfredo (PSol), o embaraço criado com membros da base aliada. “Estão usando de forma demagoga a categoria. Aproveitando para ganhar votos”, disse o verde. O que existe é uma briga por espaço político, afirmou, citando o PSol e o PSTU.
Para Guilherme Sampaio (PT), houve uma interpretação equivocada da votação do recurso. Ele lembrou que outros projetos já foram retirados de pauta e nunca foi objeto de questionamento.
João Alfredo, em resposta, lamentou novamente a rejeição do recurso, que acatou a decisão do presidente da Casa, Acrísio Sena (PT), de devolver a matéria ao Executivo. Segundo ele, enquanto alguns aliados defendem a retirada da proposta, a Casa, que poderia estar em outra situação, fica “refém” da Prefeitura no aguardo do envio de outra mensagem. Ofendido, Iraguassu Teixeira (PDT) ocupou a tribuna para dizer que “nunca fui demagogo”.
NEGOCIAÇÃO
Uma comissão composta por aliados e opositores foi formada para receber a categoria. Porém, depois de alguns minutos, o líder do governo, vereador Ronivaldo Maia (PT), ausentou-se da reunião. Ele disse que não concordava com o rumo da negociação e propôs uma reunião à tarde, no Paço Municipal, com o assessor de articulações politicas, Waldemir Catanho, e lideranças dos partidos aliados, o que, segundo ele, ajudaria a encontrar uma abertura com o Executivo municipal e solucionar o impasse.
Representantes do Sindifort repudiaram o ato e, em reunião com o vice-presidente da Casa, Adail Junior (PV), entregaram um ofício solicitando o balanço financeiro do exercício de 2011 da Prefeitura. Narcélia Silva, presidente do Sindifort, afirmou ainda que a entidade estuda mover processos contra a Prefeitura.
Na reunião encerrada na noite de ontem, o vereador Adail Junior, falando à reportagem, garantiu que algumas encaminhamentos foram tomados e que eles serão expostos hoje aos líderes partidários e aos representantes dos servidores.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Estado
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