segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Desavenças entre PT e PSDB em Senador Pompeu - Para MPE, ameaça de morte nunca existiu


Os ânimos prometem se acirrar ainda mais no município de Senador Pompeu nos próximos dias. No último dia 31 de janeiro, o Ministério Público Estadual (MPE) emitiu parecer onde conclui que não houve ameaça de morte por parte do vice-prefeito afastado, Luiz Flávio Mendes de Carvalho, contra a presidente do PSDB no município, Lúcia Aquino.

No último mês de outubro, Lúcia registrou boletim de ocorrência afirmando que teria recebido “um recado de um rapaz” informando que o vice-prefeito afastado teria R$ 5 milhões para “acabar” com ela, por ter denunciado a corrupção no Município. No entanto, depois de ouvir os envolvidos na denúncia, o MPE constatou que, na verdade, Lúcia entendeu como ameaça o que era apenas uma opinião.


Conforme o parecer, o rapaz foi notificado e prestou esclarecimentos. Disse ao Ministério Público que nunca ouviu qualquer ameaça de morte contra Lúcia, nem recebeu recado algum, apenas achava que o vice-prefeito tinha esse dinheiro para gastar na política. Consta no documento que o órgão chegou a solicitar a inclusão de Lúcia no Programa de Assistência a Vítimas e Testemunhas, mas ela recusou.

Segundo o parecer, assinado pela promotora Candice Lucena Dutra de Almeida, “o que vem ocorrendo prematuramente no município de Senador Pompeu são articulações políticas com objetivos eleitoreiros, visando as candidaturas para as eleições municipais do corrente ano”.
 
Prejuízo

De acordo com Luiz Flávio Mendes de Carvalho, a denúncia feita por Lúcia atrasou em quase dois meses a liberação do seu habeas corpus, que só saiu no dia 22 de novembro. “Quando ia ser julgado o habeas corpus saiu matéria num jornal de que eu havia feito ameaça de morte”, reclamou. Segundo ele, o inquérito policial já sugeriu ao MPE o arquivamento da denúncia.

Ainda assim, o MPE resolveu investigar e concedeu o parecer. “Tudo era uma farsa para prejudicar a minha liberdade”, denuncia Carvalho. Segundo ele, neste momento, os advogados estão trabalhando na argumentação para pedir novamente a soltura do prefeito, já que o prazo para o início da ação penal se excedeu.

Procurada pelo O POVO, Lúcia sustenta que foi ameaçada. “A pessoa que veio na minha casa veio me dizer que tinha um recado do vice-prefeito que existia R$ 5 milhões pra acabar comigo”. Ela explica ainda que se negou a entrar no programa de proteção, porque não quis ficar longe da família e dos amigos. “Eu tinha que ficar totalmente sem a minha identidade, sob a proteção do Estado, sem contato com minha família e com os amigos. Essa proteção não estava atingindo meu objetivo”.

Entenda o caso
 
Prisão

O escândalo de corrupção em Senador Pompeu veio à tona em junho de 2011, quando o Ministério Público Estadual apontou que o prefeito Antônio Teixeira, o vice Luiz Mendes de Carvalho (ambos do PT) e outras 29 pessoas realizaram lavagem de dinheiro, desvio de verba pública e crime de peculato. Até hoje o prefeito continua preso.


Postada:Gomes Silveira
Fonte:Matéria extraida do Jornal O Povo

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