quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

SÃO PAULO - PT investe para eleger Haddad

Além de contratar o ex-marqueteiro de Lula e de Dilma, o PT busca ampliar o arco de alianças partidárias
São Paulo. O Partido dos Trabalhadores (PT) está jogando pesado para eleger o próximo prefeito de São Paulo. Para tanto, está buscando ampliar o arco de alianças em torno de Fernando Haddad, pré-candidato do partido e ex-ministro da Educação. Para cuidar da campanha, foi indicado nada menos que o publicitário João Santana, responsável pela campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010.


Ele já procura um imóvel em São Paulo para instalar o quartel-general de onde comandará a publicidade de Haddad à Prefeitura paulistana.

Antes disso, porém, o marqueteiro já deu palpites ao ex-ministro sobre seu visual. Há uma semana, os dois se encontraram e Santana disse ao pré-candidato que ele não saíra bem em fotos publicadas recentemente pela imprensa.

Nos bastidores, petistas próximos do ex-ministro avaliam que o trabalho para construir a imagem de candidato terá como desafios a timidez de Haddad. Segundo eles, o ex-ministro manifesta essa característica não só em atos públicos, mas até em reuniões internas do partido.

Santana deve desembarcar em solo paulistano logo após o Carnaval, ainda antes do fim de fevereiro, mas um funcionário seu já está à disposição do núcleo do ex-ministro.

Cronograma
O marqueteiro se reuniu há uma semana com Haddad e colaboradores próximos, quando foi fechado o cronograma do desembarque e definidas as tarefas iniciais da pré-campanha. Segundo um petista que acompanha as negociações, o marqueteiro ainda não apresentou o orçamento do trabalho, que se estenderá pelo menos até outubro.

João Santana atua em campanhas do PT desde 2006. Com a publicidade sob seu comando, Lula foi reeleito naquele ano, e Dilma chegou à Presidência em 2010. Em 2008, ele foi o marqueteiro da campanha da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP) à Prefeitura, em que uma das propagandas levantava questões de foro íntimo em relação ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). A peça foi criticada e, embora a tenha defendido, Santana admitiu ter cometido um erro de avaliação.

Jogo de cena
O presidente do PT paulista, deputado estadual Edinho Silva, defendeu ontem a aliança com o PSD e com o prefeito Kassab para a eleição deste ano, mesmo diante da pressão de militantes do partido contrários ao acordo com a nova legenda. "Ele também está muito a fim de fazer aliança conosco; não é jogo de cena", declarou Edinho.

Kassab foi hostilizado no evento que comemorou o aniversário de 32 anos do PT em Brasília. "Agora temos de administrar, aguentar firme essa pressão interna e ter tranquilidade", disse.

Uma das principais críticas da aliança com Kassab é exatamente a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. Além de ter o nome preterido na disputa à Prefeitura paulistana, Marta declarou, na semana passada, que uma aliança com Gilberto Kassab seria um "pesadelo".

A maioria dos grandes partidos brasileiros perdeu forças entre 2008 e 2012. O principal responsável pela redução dos quadros é o PSD, legenda presidida por Kassab. A sigla fundada em 2011 saltou de nenhum para 270 prefeitos. Quem sofreu as maiores baixas foi o DEM, que conquistou 500 municípios e hoje administra 395. Os dados são de pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).



Postada:Gomes Silveira
Fonte:Matéria extraida do Portal Diário do Nordeste

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