quinta-feira, 22 de março de 2012

Explosões são ouvidas próximas ao apartamento em que Mohammed Merah se esconde há mais de 24 horas


Polícias mantém cerco sobre suspeito de ter assassinado sete pessoas em TouloseEstrondos e tiros partem da polícia para 'intimidar' o suspeito, de acordo com o ministro Claude Guéant

Polícias mantém cerco sobre suspeito de ter assassinado sete pessoas em Toulose (AFP)
Três explosões foram ouvidas próximas ao apartamento em Toulouse em que se refugia, há mais de 24 horas, Mohammed Merah, suspeito pelos assassinatos na escola judaica de Toulouse e pela morte de dois militares em Montauban. Na sequência dos estrondos, a rede de TV France 3 informou que a polícia havia iniciado a invasão do local, com um tiroteio entre os agentes e o suspeito. Mas logo essa versão foi negada pelo ministro do Interior da França, Claude Guéant. Ele esclareceu que o ataque contra o atirador 'ainda não começou e os tiros são de 'intimidação', já que Merah voltou atrás e não se entregou no fim do dia, como havia informado à polícia.


A iluminação pública da vizinhança do bairro de
Croix-Dourade foi interrompida e o apartamento em que o suspeito está teve a energia elétrica cortada. O impasse já está prestes a entrar no seu segundo dia.

Histórico - 
Merah trabalhava como mecânico e havia tentado entrar na Legião Estrangeira da França em 2010. Conforme o site da revista Le Point, Merah, francês de origem argelina, foi expulso da corporação em seu primeiro dia e atualmente trabalhava como serralheiro em Toulouse, no sul da França.
O jovem procurou grupos islâmicos radicais com os quais também estava envolvido seu irmão, que foi preso nesta quarta-feira. Merah, que afirmou pertencer à Al Qaeda, fez duas viagens à fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, em 2010 e 2011, para se integrar a grupos combatentes de talibãs em uma região onde atua o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TIP), informou o jornal Le Monde.
Crimes - Segundo o ministro do Interior, Merah, de 23 anos, era conhecido pela polícia de Toulouse, pois já havia se envolvido em "uma dezena de atos de delinquência, alguns envolvendo violência". Guéant o descreveu como "um pequeno delinquente que se radicalizou com um grupo salafista de Toulouse antes de viajar para o Afeganistão e Paquistão". De acordo com o ministro, o grupo salafista, formando por cerca de 15 pessoas, é ideológico e "jamais se envolveu em atos criminais".
Uma advogada que já defendeu Merah em 2004 e 2005, Marie-Christine Etelin, disse ao jornal francês Le Monde que o suspeito do massacre já foi condenado a um mês de prisão por dirigir sem licença. Merah deveria comparecer no início de abril perante um juiz de execução de penas que decidiria sobre a maneira de cumprir a punição.
Marie-Christine disse que não imaginava que seu cliente, um "jovem educado e cortês", pudesse cometer atos de "uma dureza absoluta". "Apesar de casos de delinquência, principalmente roubos, vi-o sempre como um indivíduo flexível em seu comportamento e não rígido até o ponto de pensar em um fanatismo", afirmou. "Mas, há dois anos soube que havia se radicalizado subitamente e que havia ido ao Afeganistão", acrescentou a advogada, que incentiva, "é claro", seu cliente a se render.





Postada:Gomes Silveira
Fonte:Revista Veja

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